No lugar dos violões, loops e guitarras pesadas. Entre os refrões, versos rimados de nomes como Emicida, Kamau, Marcelo D2, Rappin Hood e outros. Este é o Projeto Paralelo, novo álbum do NX Zero, uma empreitada encabeçada por Rick Bonadio em parceria com o quinteto paulistano. Em entrevista ao Terra, o baterista Daniel Weksler falou sobre a aposta do grupo, que disse que foi concebido de forma "despretensiosa".
"A gente fez um lance despretensioso e nunca pensou em algo do tipo "está bombando nos Estados Unidos. Principalmente por juntar uma galera que não tem a mesma visibilidade como o hip-hop que toca lá", afirmou. Com muitas participações nas faixas, releituras de sucessos como Daqui pra Frente e Cedo ou Tarde, o músico exaltou a parceria com o rappers, que vão desde nomes nacionais até internacionais, e destacou Marcelo D2.
"Cada um conseguiu colocar sua história pra fora. São mundos diferentes e cada um trouxe seu mundo pro CD", explicou. "O D2 era um cara que eu nunca imaginei que ia gravar com gente. Além disso, escutar uma coisa dele cantando jeito, coisa da época do Planet Hemp. Só de ver ele com a gente foi surpreedente", completou.
Uma participação de peso no disco é de Emicida, rapper que vem conquistando o cenário nacional e vem liderando essa nova geração. "Ver ele fazendo Só Rezo foi emocionante".
Rap para a molecada
O baterista do NX Zero ainda destacou esse elo que o grupo proporciona entre seus fãs, a maioria adolescente, com o rap, um gênero desvalorizado no País. "Só de ver a molecada seguindo o Emicida no Twitter já dá um arrepio. E ele não está fazendo isso pra se promover, fez porque se identificou com a gente. Esses frutos a gente só vai ver daqui um tempo", explicou.
Acostumados com a parte mais orgânica da música com guitarra, baixo, bateria e voz, os músicos doNX Zero tiveram que "reaprender" suas canções, nesta empreitada, que inicialmente seria um projeto apenas de Di e Gee. "Conversando com o Rick a gente decidiu juntar as forças pra fazer uma releitura das músicas do NX mesmo. Neste mesmo dia ele já começou a sacar os loops nos teclados e fez Só Rezo ali na hora. A gente sacou que ele era o cara certo pra esse projeto e colocar isso em prática", contou.
Para Daniel, que é baterista, acostumar-se com os loops foi um processo de aprendizado. A parte instrumental mesmo, a tocada, veio ao contrário. Primeiro veio a estrutura da música com os loops e depois fomos encaixando. “Foi o processo inverso do que a gente sempre fez em estúdio", disse. "A gente só tocou as músicas de verdade depois que acabou o projeto. Tive que buscar referência de galera que já fazia isso e misturar loop com batera. Pra todo mundo foi legal. Você tem que pensar de outro jeito e esquecer de tudo o que fez até hoje", explicou.
Documentário
Para os fãs que querem ver o projeto em ação, o grupo já tem ensaiado alguns loops para executar as releituras ao vivo. Além disso, segundo Daniel, serão lançados dez clipes e um documentário sobre o processo de composição do disco.
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